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terça-feira, 3 de julho de 2012

Okmay


Como vocês viram no título chegou o dia em que falerei do Tamaio. Mas fiquem frios, esse é o último post desse blog e desse blogueiro. Não existe motivo para preocupações ou para corridas desesperadas aos "sumercados" visando compra de água e comida enlatada. Esse não é o fim.

Agora qual o motivo de dedicar um post ao Sr. Flávio Tamaio?

O motivo é o post anterior (Giving Up) onde falo dos que pararam. Na temporada 2006 Tamaio ficou com a 2ª e 3ª posições no Ranking Grau 3 Standard. Na seguinte veio o último título, campeão da II Copa CBA. Competiu na temporada 2010/2011 em três provas com um cão, mas durante a 2011/2012 não.

Não sei os motivos reais da parada, porém é um caso de um campeão que parou. Acho que sempre chega a hora de parar e talvez ele não tenha perfil do cara de esta lá apenas para fazer número. Realmente não sei, logo não vou ficar aqui falando qualquer bobagem para elaborar uma teoria. Um dia pergunto direto pra ele.

Sete vezes campeão brasileiro, campeão do américas e caribe individual e por equipes, além do não menos importante campeão mundial, é um caso de afastamento do esporte e não foi por falta de títulos.

Julgou nas finais do XIIIBR lá em Itú.

Se parar é ruim talvez voltar seja ainda pior. Já fiquei temporadas sem competir. Nunca chegou há 9 meses como agora. Essa volta será complicada. Porque além de não competir fiquei sem treinar. Mesmo assim, nada melhor do que um bom desafio, não?

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Giving UP

De vários lados hoje li frases bem semelhantes ligadas sempre a parar, desânimo, falta de estrutura e poraí vamos. Realmente há uma falta de escolas de agility. Locais para treinar. Não há, creio, cultura ainda para esportes caninos no Brasil. Foto by: Ana Paula Ambrozini

Hoje, ou você tem a estrutura e conhecimento ou tem dinheiro. Meios termos são complicados. Só com uma pesquisa profunda entre os condutores que pararam pra saber os motivos. Isso não pretendo fazer. De qualquer forma há uma manutenção constante dos que estão praticando, cães e condutores. Sai tanta gente quanto chega, diria até que mais gente começa do que termina, numa crescente tão lenta quanto um Fusca subindo serra.

Digo isso porque fiz um levantamento hoje de todas as duplas campeãs brasileiras desde 2006 e o resultado é incrível. Vejam bem, VIII Brasileiro (temporada 2006/2007) . São 13 rankings em disputa, logo no pódio do rankings teríamos 39 duos, mas são apenas 36, três venceram em dois rankings. Desses, 16 não competiram na temporada que está em andamento (2011/2012). Algumas não competem há dois, outras três. Isso falando de dupla, nem cão nem condutor está mais no esporte. É muito.

Se contarmos também cães que não competem mais esse número cresce absurdamente. São 27 duplas que não competiram na última temporada. E pior, quanto menor o grau maior é o nível de desistência ou aposentadoria. Cães novos, condutores novos, maior desistência.

Na temporada seguinte são mais 8 duplas. Isso falando apenas das que chegaram bem ao final de um ranking, que poderiam estar motivadas para a temporada seguinte. Óbvio que temos inúmeros casos de mortes e aposentadorias, algumas precoces. Dados que precisam ser entendidos também. Por que morrem, por que aposentaram?

Agora o inverso.

Querem saber quantas duplas estiveram em algum dos pódios do XII Brasileiro e também no no VIII? Duas. Até vou citar porque são poucas: Sonia com Beatriz 3º lugar no G3Mini do XIIBR e Campeã do G1Mini no VIIIBR. A outra é Aurélio com Cacau, 2º lugar no G3Midi do XIIBR e 3º lugar no G3Midi do VIIIBR. Os Shetlands nasceram respectivamente em 2005 e 2004.

É ou não uma renovação incrível?

Sim há uma rotatividade grande, mas no grau 1 e iniciante. O grau 2 é um depósito de duplas, enquanto que no grau 3 são: 19 duplas que ocuparam as 45 posições, apenas 15 condutores. Na média cada um esteve pelo menos três vezes no pódio nos últimos cinco anos.

Rotatividades de lado, precisamos de mais pessoas escrevendo para que esse seja o meu último post, realmente.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Airplane? New Socks!


Cada um tem o seu ritual para viajar de avião, não é? O meu é comprar meias novas. Sim, meias novas. É engraçado isso, mas muita gente tira os sapatos pra viajar de avião. Ou tênis, nos dias de hoje até chinelos. Não acho que chinelo combine com avião.

É bom abrir aqui um parenteses pra dizer que viajar de avião não é mais chique. Sabe o que eu gosto da viagem de avião? O avião. Hoje em dia, com passagens super baratas qualquer pessoa, mas qualquer uma mesmo viaja. Antigamente custava pelo menos um olho da cara.

Minha primeira viagem de agility foi de avião. Não foi a primeira viagem de avião, foi a primeira com um cachorro. Não foi estresse algum. Pros dogs é bom, é rápido, precisa apenas avisar ao piloto que tem um dog no compartimento de carga, pra na hora do pouso aliviar um pouco nas curvas, hahaha.

Lembrei agora da história do cara que foi pro primeiro mundial de agility, primeira viagem de avião e lá pelas tantas um dos mais antigos da turma largou pra ele a seguinte pérola da aviação agilitiva: "como é o seu primeiro mundial você começa vendo como é que os cachorros estão lá embaixo, dá água e tals...". Muito prestativo ele disse: "nanão, pode deixar que eu vou sim!!!".

Tá bom então...

Voltando as meias... é irresistível. Talvez a velocidade, a altura, o delay, sei-lá...modifiquem um pouco o comportamento das pessoas. Assim sempre quando entro no avião tem que ser de meias novas. Caso venha a tirar meu tênis com certeza tenho boas meias para mostrar. Nem todos pensam assim.

Por outro lado, em caso de emergência, estar só de meias pode ser problemático. Pode precisar sair rapidamente e descalço. Ainda que a probabilidade de sobreviver a queda de um avião seja baixa ela existe.

De forma alguma eu poderia parar de escrever sem antes dar essa dica.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Voyager


"Eu tive fora uns dias, numa onda diferente, provei tantas frutas que deixariam tonta".
H.Vianna (Expresso do Oriente)

Praticamente nasci na estrada. Já falei sobre isso antes? Antes mesmo de saber o que significava o termo "minha casa" já sabia o que era "a estrada". Quando pequeno enjoava com o cheiro de diesel queimado. Sempre gostei do cheiro da gasolina no posto. Meu pai sempre dizia que o cheiro da gasolina antigamente era melhor. Nunca saberei a verdade, não consegui cheirar a gasolina de antigamente.

Me faz falta essa estrada.

BR101, essa é a minha estrada. Não que seja de minha propriedade, apesar de ser um pouco minha e de cada brasileiro que por ela passou ou não. É como a música do Kleiton e Kledir (Deu pra ti) é um pouco de cada Portoalegrense.

Minhas viagens POA/CWA via terrestre começaram lá no início da década de 1980 e divide-se em três fases.

Morava na capital do Paraná com meus pais. Sendo do Rio Grande do Sul, as viagens pra visitar a família eram inevitáveis. Foram feitas com tantos carros. Me lembro mais das viagens com os Passats. Entre 80 e 86 não sei quantas vezes, inclusive de ônibus. Depois de 86 até 96 um número menor delas, mais turísticas. Essa primeira terça parte foi feita sempre como carona.

"Os Deuses jogam poker e bebem no saloon, doses generosas de BR101"
H.Gessinger (Lance de Dados)

Em 2004 começou uma segunda, quando fui com meu pai dirigindo até São Paulo. Passando é claro por Florianópolis e Curitiba. Já era acostumado a andar pelo RS cobrindo exposições de beleza. Naquele ano por exemplo foram cerca de 3 mil quilometros pelo interior. Mas só ir pra SP já seriam 1200!!!

Cada um em um carro, saímos de Porto Alegre as 9 da noite e chegamos em Floripa lá pelas 3 da madrugada. Eu numa Doblô e ele numa Sprinter, levando os carros pra uma feira de pesca. Chegamos em São Paulo as 6 da tarde. Voltamos de avião.

Dois anos depois começaram as viagens de Agility. Quando o Aurélio veio com a idéia de ralar esses 1200km de cara aceitei. Nasci na estrada, isso é a minha vida. Fico feliz de estar rodando. Fazer estratégias, calcular horários e tals. Logo eu, ineficiente na matemática. Mas essa fase que durou até meados de 2010 (novembro), foi meio paranóica.

Era infernal, principalmente no início. Saída na sexta-feira dirigindo na madruga, chegada algumas vezes no sábado direto na competição. Dois dias de provas e saída ainda no domingo retornando pra casa. A ida era barbada. Notívago assumido adorava passar as noites nessa tarefa solitária, nem sempre reconhecida. Noites a dentro cantava alto minhas músicas preferidas, de um CD cheio de MP3 que nem eu aguentava mais escutar, e ninguém acordava! Só os deuses da 101 e os diabos da 116 como ouvintes.

Nesses três anos rodamos o equivalente a duas voltas em torno da terra. Hoje contando tudo seria possível, se possível fosse, ir a Lua (!!!) na somatoria das distâncias.

"Tendo a Lua aquela gravidade aonde o homem flutua, merecia a visita não de militares, mas de bailarinos, e de você  eu"
H.Vianna (Tendo a Lua)

Em seguida, a partir de 2009, passaram a ser mais lights, iniciando o último terço de histórias. Ainda saíamos a noite, viajando na madrugada, menos movimento igual a maior eficiência. Tanto de tempo quanto de combustível. A diferença entre rodar a noite e de dia pode facilmente chegar aos 100 reais no final dos 2400km. Durou até o acidente. Dali pra frente fiquei cagão. Viajar a noite passou a ser uma opção pouco racional. Morrer por aquilo que me mantém vivo? Heroico, todavia (todavida) de uma burrice indesejável.

Essa terceira fase foi uma descoberta de novas viagens. Meio parecidas com as que fazia quando era pequeno, porque o Théo estava na maioria delas. Então me vi nos mesmos locais em que estava 30 anos atrás com meu pai. Basicamente uma terapia. Fazendo as mesmas coisas e vendo que ele também adora tudo. Querendo saber onde estava, o que é aquilo, isso, e melhor perguntando "quanto tempo falta pra chegar?".

Diferentes lugares, paisagens, costumes, experiências. Quando ele for "grande", quando tiver a minha idade talvez faça esse paralelo. Imagine como era difícil e como pode ser fácil. Como era fácil e difícil ao mesmo tempo.

Tão difícil quanto ficar sem agility é ficar sem viajar.

"escute garota, façamos um trato: você desliga o GPS se eu ficar muito abstrato"
H.Gessinger (Infinita Highway)

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Free Pass


Quando comecei a praticar agility todos tinham que pagar suas inscrições. Hoje em dia no Campeonato Brasileiro os condutores tem duas isenções desde que sejam de fora do estado. Exemplo: prova em São Paulo, todos que não são do estado são isentos de pagamento. Taco a taco valor das inscrições com o da viagem.

Logo que foi implantada a medida contemplava um número infinito de cães por condutor. Assim houveram oportunidades em que condutores entraram em pista com cinco cães. A diminuição do número de cães por condutor não foi uma medida muito legal, embora eu tenha certeza que dois cães para um condutor, em uma prova oficial, é o ideal. E acabou atingindo não mais que três condutores. Nunca entendi direito essa mudança, foi um passo pra trás, na minha opinião.

Eu estive em duas oportunidades com três cães em pista e provas nacionais. É uma correria. Acabei dando pouca atenção para pelo menos um cão. Fica cansativo. Uma idéia maluca seria isentar pela distância. Quanto mais longe maior o número de isenções, que tal? Acredito que três por condutor estaria mais do que bom.

Agora tivemos a idéia de colocar a Gordura em pista. Essa Dachshund de pelo duro da foto, mas com tantas coisas pra pagar, hospedagem, carteira de trabalho, mais inscrição (visto que cada um de nós tem já dois cães pra entrar em pista), não há espaço para essa diversão.

Ela não vai fazer carreira, nem mesmo iria concorrer a pódio ou pontos já que entraria no iniciante e condutores graduados não tem esse direito, só por diversão não vale a pena. Perde o Agility que mostraria mais uma raça em pista, feliz da vida por estar fazendo o percurso.

O mundo não é justo, as regras nem sempre são boas e ainda bem que esse é meu último post.